Márcia Rocha
Criado em 2005, o Capital Fashion Week já lançou 35 novos estilistas no mercado e chega à 10ª edição em grande desenvolvimento. Para comentar sobre a evolução dos talentos brasilienses, convidamos a pessoa mais apropriada para falar do assunto: Márcia Rocha, coordenadora dos estilistas do CFW.
Como você avalia o desenvolvimento dos estilistas do CFW?
Temos um milhão de motivos para comemorar. Saímos do esquema da primeira edição, de priorizar apenas a criatividade e hoje esses profissionais têm uma infraestrutura de business e pensam como empresários. Já exportamos alguns de Brasília, como Akihito Hira e Sann Marcuccy – que estão no Rio Moda Hype- e Anna Paula Osório, que participará da Casa de Criadores, em São Paulo. Eles não apenas criam as roupas, mas pensam em grade, acabamento diferenciado e pequenos detalhes que fazem toda diferença, como um botão da roupa personalizado com o nome da marca.
Conseguiram criar uma identidade própria?
Com certeza. Cada um que entrou na passarela desta 10ª edição mostrou ter estilo próprio e assinaturas muito bem definidas e distintas, o que é mais incrível. São frutos do mesmo caldeirão, da mesma efervescência e cada um consegue ter um talento individual, que não concorre entre si. Sandra Lima, por exemplo. Basta entrar um modelo na passarela que logo reconhecemos suas moulages elaboradas. E o Romildo tem um acabamento das peças irretocável. Ele utiliza uma riqueza de matérias primas e não deixa de ter o cuidado com cada arremate, o que é fundamental na hora de comercializar as roupas.
O público percebeu uma grande mudança na moda de Ivan Hugo. Isso aconteceu mesmo?
Sim. O Ivan hoje pensa em negócio. É uma visão válida, porque além de trabnalhar o imaginário é importante que o estilista caminhe para o business. O profissional tem que se olhar no espelho e se definir. O Ivan conseguiu fazer isso e, assim, agradou mais seu público.
Fonte: cfw.com.br